Social Media Week

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O SMW – Social Media Week, maior evento de mídias sociais do mundo ocorreu simultaneamente em 9 cidades – Nova York, São Francisco, Roma, Paris, Toronto, Londres, Hong Kong, Istanbul e São Paulo (de 7 a 11 de fevereiro de 2011, no Centro de Convenções da FAAP).

O evento se propôs a discutir alguns assuntos pertinentes ao universo das mídias sociais. Deveria provocar uma reflexão mais profunda sobre o tema, mas além disso também reverberou várias ‘lendas urbanas’ do meio. social media week

#wms

Em sua segunda edição, este evento imperdível reuniu profissionais influentes – to com birra dessa palavra – personalidades (backstage) e celebridades (palco) do meio e do mercado.

No #SMWSP ouvi profissionais que me fizeram valer a visita ao evento, mas também rolou bastante bol shit  (rs) – normal. Poucos profissionais tem noção desse universo paralelo, a maioria argumenta pontos de vista restritos. Um analisa ‘meio’, outro ‘interação’, outro ‘conectividade’… e assim vai. Discussões paralelas de tópicos de um mesmo assunto.

Durante o SMWSP  fiquei espantada com os tweets  espontâneos e similares.  Alguns tweetavam a última ‘citação’ quase sem raciocinar (rs). O ‘twittar primeiro’ era mais importante que a relevância da informação em si.

Frases óbvias foram retwiitadas milhões de vezes e este é um ótimo exemplo de atitude equivocada na rede.

No decorrer do texto você encontrará algumas palavras com ‘[letra]‘ ao lado. Isso indica que no rodapé da pág. haverá um glossário do termo, aplicativo ou gíria em questão; ok?

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Crítica [1] – Twitter – Nem tudo que está no Trend Topics é relevante: Relevância não é buzz.


Como em qualquer ecossistema, vários personagens populam as redes sociais. No caso do Twitter[a], há pessoas que retwiitam apenas para fazer parte, há quem retweet apenas por visbilidade ( se o emissor tem 1000 followers, meu tweet será visualizado por todos eles), há quem retweet  sobre um assunto que desconhece (o tweet de alguém que tem o respeito da rede no respectivo assunto) e finalmente há quem retweet por relevância.

Ex.: Você está interessado em assistir um filme no cinema. Qual opinião você acha mais relevante: a dos críticos de cinema (que lêem releases, vão a pré-estréias, que devem prestigiar e proteger os principais clientes (anunciantes) ou de alguém que foi lá e assistiu?
Isso é relevancia, e relevancia não é necessariamente influência. Porque o que é relevante para o emissor pode não ser para o receptor e vice-versa.

A opinião de 10 usuários conhecidos meus no Twitter, será mais relevante do que a de 100 usuários que sigo mas não conheço pessoalmente.

Outro exemplo no Twitter são os Short URL Generators[b], encurtadores de URL que mascaram o verdadeiro endereço da página que você irá abrir. Você nunca sabe onde está clicando até clicar. Posso clicar, desaprovar o conteúdo e sair sem concluir a leitura. Mas mesmo ignorando aquela mídia, minha curiosidade lhe validou um pageview que lhe remeterá uma falsa relevância.

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Crítica [2] – Twitter – ‘Todos querem ser celebridades’


Não me lembro quem afirmou isso, mas me lembro que ela não citou qual critério sustenta tal afirmação (rs).

Eu não sou nem quero ser uma celebridade. Não preciso que ninguém valide o que penso. Compartilho a minha visão sobre algo, para incitar as pessoas a me mostrarem outros ponto de vista.  Também não tenho nada contra quem quer ser popular, mas ‘generalizar’ me incomoda.

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Crítica [3] – Mercado -  “As redes sociais exigem um Novo Modelo de marketing”: Obvil, então por favor crie um.


Não basta reconhecer as particularidades da comunicação por intermédio de cada dispositivo midiático – a interação é outra. Ou seja, contexto é mais importante que o conteúdo nesse ecossistema.
Não basta adaptar a linguagem da mídia que será transferida para o dispositivo pelo qual ela irá migrar.

Os marketeiros, vêem a web como mais um canal. Exploram seu potêncial adaptando estratégias off-line para on-line e só.
Ex.: usam o twitter como mais um ponto de contato. Em vez de ouvir os consumidores, usam o canal apenas para divulgação e buzz. Focam em ações que criam uma série de roteiros que levam o consumidor da revista para o site, e do website para o produto ou loja. Ou ainda do Twitter ou Facebook para uma página ou evento restrito a convidados. Nesse caso a web é usada apenas como um meio de hibridização midiática.

Os profissionais de marketing, deveriam usar esse spot para entender o consumidor. Nenhuma outra pesquisa é tão rica quanto o depoimento real e textual de um target – feedbacks instantãneos (um verdadeiro termômetro, se tratando de uma análise em um altíssimo nível de abstração).

Insights que deveriam gerar um database marketing que direcionaria as empresas a produzir. [se vc produzir o que o seu cliente quer, quem pode paga! Se vc produzir o que o seu cliente quer por um custo convidativo, você não produzirá o suficiente para entregar].

“Antes de se preocupar com as redes sociais você deve se preocupar com a sua empresa. Ela é uma boa empresa?”, comentou Fábio Barbosa, presidente do Conselho do Banco Santander na quinta-feira.

Concordo plenamente. Não entendo por que certos empresários gastam fábulas para vender uma imagem, em vez de investir na melhoria de seu produto ou serviço.
Invista em planejamento e sane suas falhas. Nos ofereça um bom produto a um preço pertinente que nós divulgaremos gratuitamente pra você.

Não lembro quem twittou “Não estamos vivendo uma era de mudanças, mas sim uma mudança de era” – assino embaixo.

Trocamos o status pelas atitudes. A participação é o novo consumo (as mídias sociais ajudaram a eleger o presidente mais poderoso do mundo). Redes sociais são mais do que  RT’s e likes.

O consumidor sempre falou, mas com as redes sociais ele pode ser ouvido. Algumas empresas ouvem, mas nenhuma conversa.

Hah! e quando a empresa puxar papo no Twitter: cuidado!

Ninguém falou de seeding[c], o que era de se esperar. O seeding é uma afronta a relevância da web na minha opinião.

Não importa se o emissor informa que é patrocinado (prática minoritária, na maioria das vezes as agências criam perfis falsos mesmo). Se eu não seguisse os meus valores, e aceitasse ser contratada como ‘formadora de opinião’, eu me tornaria praticamente uma advogada da marca. Eu teria que influenciar para me destacar e conseguir outros jobs, certo?

Relevância é a opinião real de alguém que experimentou, que usufruiu de um produto e serviço. Por isso acredito que a prática de seeding é uma afronta a essência da web.

Nas Redes Sociais o vetor mídia somos nós. Mídias são as pessoas e o valor é o depoimento real.

Quer reverberar na web? Promova valor.

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Crítica [4] – www  é democracia!


O que eu mais amo é a democracia da web.

No Twitter você só segue quem quer e te segue quem você permite (há o ‘Block’ e a ‘Restrict Timeline”).

No Instagram você pode optar por só ver as fotos das pessoas que você segue.

Exemplos dessa maravilhosa plataforma  da democracia participativa.

Você  opta pelo relevante – a relevância sob SUA ótica e ética.

“A Internet se desenvolveu como um sistema darwiniano, gerando filhotes como a árvore evolucionária da vida. Há pouquíssimo planejamento no desenvolvimento da World Wide Web, mas sim uma multiplicidade de iniciativas de indivíduos ou de pequenos grupos. No “O Homem Simbiótico”, publicado em 1995, eu falava de “cibionte”, (termo composto do prefixo “cib” de cibernética e da raiz “bio”), que se refere a vida e ao mundo vivente, este termo descreve portanto, um organismo vivo que é um meta-organismo global. Até hoje, os principais organismos globais que conhecemos têm sido as cidades, nações, grandes organizações internacionais (…) mas com o cibionte, nós chegamos a um novo nível de complexidade – um superorganismo global para o qual nós estamos assim como os neurônios para o cérebro” explica o francês Joel de Rosnay, biólogo molecular, Ph.D pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Concordo com Rosnay que acredita que a Internet está se auto-organizando em um metacomputador global:
“Nós estamos testemunhando uma genuína auto-organização de uma inteligência “cooperativa” ou “conectiva” – termos que eu prefiro chamar de coletiva. Com um simples computador portátil, fazendo o upload de fotografias, artigos, links, tags, comentários, cada um de nós está reprogramando esse meta-computador global a partir de dentro. E o mais surpreendente de tudo é que esta gigantesca máquina na qual somos os elementos vivos tem funcionado ininterruptamente há quase 20 anos. Em poucas décadas, sem dúvida, este sistema irá incluir o seu próprio sistema imunológico, como o de uma criatura viva, capaz de combater vírus e spam no interesse comum”
afirmou Joel de Rosnay ao ser entrevistado durante o Diálogo Mundial do Conhecimento, evento que reune alguns dos maiores pensadores mundiais.

Continua no próximo post…


a – Twitter: uma nova forma de comunicação criada por Jack Dorsey. É uma rede social baseada em mensagens instantâneas de até 140 caracteres denominadas “tweets”. Esse aplicativo popularizou um novo conceito, o ‘microblogging’. Nele os usuários enviam e lêem comentários pessoais. As atualizações são exibidas no perfil do usuário em tempo real e também enviadas a outros usuários que estejam ‘seguindo’ esse emissor da mensagem, através da página do aplicativo (web) ou por telefone (SMS). O serviço é gratuito na internet, mas usando SMS há a cobrança da operadora telefônica.

A idéia inicial do Twitter foi “What are doing right now” (o que você está fazendo agora), mas a frase que melhor o define hoje é “o que está passando pela sua cabeça agora”. Nós indicamos leitura, trocamos conhecimento, comentamos assuntos da atualidade, discutimos política, cultura pop, jogamos conversa fora para relaxar, divulgamos vaga e até contratamos.
Hoje esse meio midiático é o mais veloz, notícias inéditas postadas no Twitter só são divulgadas na mídia após horas ou até no dia seguinte.

Para ilustrarmos a força dessa rede, vale ressaltar que é a própria testemunha ou o sobrevivente de um fato que informa em instantes o que ocorreu com ela.
É onde a censura não cabe, você pode apenas escolher ler ou não visualizar o emissor da mensagem.

Segundo Havi Brooks blogueira do Fluent Self, o Twitter é um bar ou um café local, one você escolhe em qual mesa quer se sentar (assunto), ou de quais pessoas você deseja estar perto (interesses comuns).


b- Short URL Generators: como os tweets só podem conter 140 caracteres (o que é o máximo, por ser um exercício de comunicação), um link indicado – um enderço de uma página na web – pode ter mais que isso. Por isso existem sites que criam um novo endereço, um endereço resumido.

Ex.: http://www.daniellavelloso.com.br  vira:  http://www.urltwit.com//3t8 – Em vez de 37 caracteres, apenas 27. Mas em contrapartida, quando você receber a segunda versão do link, não terá nenhuma idéia de onde estará clicando até clicar.


c- Seeding: agências ou profissionais contratados para criar e alimemntar perfis falsos na rede, que divulgam produtos ou ações na rede. Blogueiros ou formadores de opinião, também podem ser patrocinados para promover algum produto,serviço ou marca.



  1. Fábio says:

    Parabéns pelo conteúdo desse artigo, é relevante e nos mantem atualizados, estamos sempre por aqui…… o http://www.supermailing.com.br consome muita informação do mercado e este blog sempre produz informação que faz a diferença.

    Positivamente;
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